sexta-feira, 13 de julho de 2012

O preço de um caráter


Estão se aproximando as eleições municipais e junto com elas aparecem os atos mais impuros e indesejados pelas pessoas de posse de caráter e idoneidade. Quem possui caráter, altivez, hombridade, idoneidade, valores éticos e morais contestam certas atitudes de políticos locais, que no mais das vezes, cometem erros insanos e pungentes de desonestidade, arrogância, prepotência, inidoneidade e atos impudicos. Para aqueles que ainda não compreendem o que é ser um humano de caráter, segue sua definição, um indivíduo de: Cunho, distintivo, marca; Feitio moral; Índole; Qualidade inerente a certos modos de ser ou estados; honradez. (Dicionário Michaelis digital) Vale salientar que não nascemos com caráter nem tampouco com uma boa índole, isso se traduz na verdade da aquisição de valores éticos e morais que vão-nos sendo talhados pelos nossos pais, família, escola, religião e sociedade, noutras palavras, o caráter, a boa índole é adquirida ao longo das nossas vidas. Mas, também e obviamente existirão pessoas que em toda a sua vida jamais possuirão um pouco de hombridade.
            Quem tem uma boa índole não se permite ser “comprado” por um emprego para si ou para alguém da família, por uma “venda” de seus votos a um preço tentador, por uma “compra” super facilitada de um terreno, de um automóvel, de um empréstimo seguido da expressão: pague quando puder e se puder, pois é, essas são atitudes que para aqueles detentores de caráter pudico não se permitiriam cair.
            Vivemos, sem sombra de dúvida, na era capitalista, tudo é mediado pelo dinheiro, infelizmente, até os valores mais soberbos dos seres humanos são vendidos como numa transação comercial. Nós crescemos ouvindo de nossos pais, da família, da escola e da sociedade em geral que honradez, índole e bons costumes não se vendem e, se caso forem vendidos é por que, presumivelmente, eles não existiam naquele ser. É desprezível você ver pessoas da sociedade transformando seu caráter em mixaria, em troca de favores políticos, em empregos públicos – embora temporários –, em levar doentes aos hospitais, em troca de remédios, de pagamento de contas, em troca de cestas básicas, de dentaduras e de outros desserviços. O que é mais chocante ainda é a constatação que essas ações são realizadas por pessoas que jamais se esperavam tais comportamentos, pessoas que eram respeitadas por suas realizações, honradez, honestidade, idoneidade e caráter respeitoso, copioso e exemplar. É lastimável presenciar professores se vendendo por troca de empregos e promessas surpreendentes – como cargos de chefia, tais como Secretarias, Diretorias, Supervisões e Coordenações de Escolas Municipais –, vereadores se anulando ideologicamente por troca de cargos públicos e em alguns casos por pecúnia, jornalistas se entregando por um emprego oportunista, comerciantes se aliando politicamente – embora contrariamente – aos seus valores pudicos em troca de benefícios nas licitações, famílias inteiras se reunindo em jantares para leiloarem seus valores impudicos, hordas de pessoas e mais pessoas se entregando a maior tentação de todas, o dinheiro.
            Um ser que independentemente de sua posição social explora a fraqueza educacional e social de uma pessoa lhe oferecendo dinheiro, medicamentos, comida e oferta de emprego é um grande ardiloso, inescrupuloso, desonesto, indecoroso e pérfido humano. Esse é um enorme exemplo de pessoa sem pudor, sem caráter e de má índole. Infelizmente, esse número de seres – pessoas que não contribuem para o desenvolvimento da cidade – tem crescido bastante e as pessoas não fazem ou não tem feito nada para mudar essa realidade. Será que devemos entregar o nosso caráter ao dinheiro ou talvez jogá-lo ao lixo? Cabe a cada um refletir e analisar se está só na cidade, neste mundo, pois quem recebe dinheiro sujo pensa – exclusivamente – em si e na sua família e a pobre cidade na qual vivemos caminha para o buraco.
            Portanto, para finalizar essa breve reflexão, coloco aqui um adágio da Grécia antiga: “Nenhum prostituto pode ser político em Atenas, pois se um ser humano é capaz de vender seu próprio corpo ele poderá também vender e arruinar a Polis (cidade-estado, em grego)”.