segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desenvolvimento de penas em dinossauros era diferente do que em aves modernas



Um raro fóssil de dois jovens terópodes emplumados revelou que esses animais tinham muito mais penas do que as aves modernas adultas.

Os pesquisadores liderados por Xing Xu, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, descreveram os espécimes de dinossauros como do gênero Similicaudipteryx do Cretáceo Inferior. Os fósseis foram encontrados no oeste da província de Liaoning, na China. Os dois pequenos oviraptorosaurus foram preservados em diferentes estágios de desenvolvimento e mostraram tipos de penas distintas, com um padrão muito maior do que é visto nas várias fases de maturação das aves modernas.

"Essa descoberta sugere que as penas originais eram mais diversificadas do que as modernas, e algumas características de desenvolvimento e dos morfotipos resultantes foram perdidas na evolução”, segundo os pesquisadores em seu estudo, publicado online na revista Nature (Scientific American faz parte do Nature Publishing Group).

O menor dos dois espécimes (conhecido como STM4-1) é um terço menor que o Similicaudipteryx mais velho (referido como STM22-6). Tinha pequenas penas de vôo rasante no antebraço e muito mais penas na cauda, além de plumas cobrindo o resto do seu corpo. O maior dos dois, o STM22-6, também tinha muitas penas, mas permaneciam em maior abundância em seu antebraço e em sua cauda, “possivelmente refletindo um aumento do papel funcional das penas, como a aproximação da idade adulta do individuo”, sugerem os autores. Também tinham penas longas em torno de suas cabeças e pelves.

Esse padrão complexo de desenvolvimento de pena "não é conhecido nos pássaros modernos", concluíram Xu e seus colegas, apesar do fato de que os dinossauros serem antepassados dos pássaros modernos. A equipe especula que, ao contrário da expressão precoce dos genes que iniciam o crescimento da maturidade da penas em aves jovens de hoje, a ativação de genes semelhantes no jovem Similicaudipteryx
  "era provavelmente atrasada e incompleta", produzindo o estado curioso e diversificado do crescimento das penas observados nos dois dinossauros.


http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/desenvolvimento_de_penas_em_dinossauros_era_diferente_do_que_em_aves_modernas.html

domingo, 23 de maio de 2010

Arqueólogos descobrem ossadas da Guerra dos Trinta anos.

Uma equipe de arqueólogo divulgou nesta terça-feira a descoberta de dez ossadas humanas em uma escavação arqueológica nas antigas fortificações de Stralsund, na Alemanha. As informações são da agência EFE.
Segundo arqueólogos, os esqueletos datam da época da Guerra dos Trinta Anos, uma série de guerras entre nações européias entre os anos de 1618 e 1648, e serão estudados e reconstruídos.
As batalhas da Guerra dos Trinta Anos foram motivadas por diversos conflitos religiosos e de interesses políticos e comerciais e tiveram fim em 1648 com os tratados assinados entre os povos conhecido como Paz de Vestfália. 


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4436956-EI8147,00.html

Arqueólogos egípcios descobrem coleção de tumbas faraônicas

Múmias de vários períodos estão conservadas em bom estado. Região da descoberta fica a 100 quilômetros do Cairo.

 

Um grupo de arqueólogos egípcios descobriu uma coleção de cerca de 50 tumbas que conservam as múmias em bom estado, pertencentes a vários períodos faraônicos, anunciou neste domingo (23) o ministro de Cultura egípcio, Farouk Hosny.
Em comunicado, o ministério detalha que os túmulos foram localizados na região de Al Fayoum, a 100 quilômetros ao sudoeste do Cairo, em uma região arqueológica conhecida como Lahun, onde está a pirâmide de mesmo nome.
Os túmulos contêm sarcófagos de madeira pintada e conservam as múmias em bom estado, sob uma vendagem decorada com passagens religiosas do Livro dos Mortos e cenas que representam diferentes deidades do antigo Egito.


Durante a escavação foram descobertos quatro cemitérios: um deles data da primeira e a segunda dinastia (2750-2649 a.C.), o segundo pertence ao reino médio (2030-1660 a.C.), enquanto o terceiro e quarto estão datados no reino novo (1550-1070 a.C.) e outro do período tardio (724-343 a.C.), respectivamente.
O diretor da missão arqueológica, Abdul Rahman Al-Ayedi, indicou que os cemitérios da primeira e a segunda dinastias estão compostos por 14 túmulos, um dos quais "quase intacto". Em seu interior foram encontrados objetos funerários e um sarcófago de madeira com uma múmia envolvida em linho.
Conforme o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Zahi Hawass, a outra tumba, pertencente à XVIII dinastia (1550-1295 a.C.), abriga 12 sarcófagos de madeira empilhados uns sobre os outros.


Os cemitérios (dos reinos médio e novo) têm 31 túmulos, a maioria pertencentes às dinastias XI e XII (2030-1840 a.C.).
Cada um destes túmulos inclui um sarcófago de madeira pintado em cujo interior há uma múmia vendada e decorada com textos religiosos (que segundo as crenças ajudam os mortos a atravessar para o mundo além), assim como cenas de diferentes deidades do antigo Egito como Horus, Hathor, Knum e Amon.
Além disso, a missão encontrou nas quatro esquinas do templo do rei Senusret II quatro poços onde foram encontradas vasilhas de barro.
No ano passado, esta mesma equipe de arqueólogos desenterrou uma necrópole com 53 túmulos escavados na rocha que datam do reino médio e novo e da XXII dinastia faraônica (III, II e II milênio a.C.).

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/05/arqueologos-egipcios-descobrem-colecao-de-tumbas-faraonicas.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sítio arqueológico Alcobaça


Localizado na zona rural do município de Buíque, o sítio arqueológico Alcobaça impressiona a comunidade científica brasileira e até mesmo internacional por sua enorme concentração de registros rupestres, sobretudo pinturas. O sítio recebe este nome pela sua localização rural homônima, o acesso ao mesmo é por meio da Vila Carneiros, situada há doze quilômetros da cidade de Buique, no sentido Arcoverde – Buique, contudo, os turistas e estudiosos ainda percorrem seis quilômetros de estrada de terra até a residência da guia e protetora do sítio, Cida. Mas não pára por aí, após estacionar os veículos, todos devem realizar uma caminhada de mais ou menos quarenta minutos sobre um solo muito arenoso. O sítio é

Situado em um pé de monte, num vale fechado em forma de U a 800 metros sobre o nível do mar, tem um olho d’água perene situado a menos de 50 metros do abrigo. Com aproximadamente 50 metros de comprimento e 14 de largura, no ponto mais amplo, e uma altura de 8 a 10 metros, apresenta as paredes cobertas em grande parte, por grafismos puros e alguns antropomorfos típicos da tradição agreste. (MARTIN, 2005)

O local onde se encontram os painéis com pinturas rupestres é um enorme abrigo sob rocha, na verdade é um afloramento ou formação rochosa arenítica, denominada de matacão, com sulcos na base que proporcionam uma enorme proteção dos fortes raios solares daquela região. O sítio alcobaça é considerado o segundo maior sítio arqueológico com concentrações de pinturas rupestre do Brasil, perdendo apenas para o abrigo sob rocha Boqueirão da Pedra Furada de São Raimundo Nonato, Piauí. No sítio existem grafismos rupestres (pinturas e gravuras) decorados por mais de 50 metros do painel, inclusive, algumas pinturas encontram-se numa elevação de 08 a 10 metros do solo do abrigo.


As pinturas estão classificas na Tradição Agreste, que compreende uma prática estilística comum na região agreste do Estado de Pernambuco, por isso sua definição. A tradição agreste é muito complexa e de difícil interpretação, podemos até inferir que são as pinturas rupestres mais enigmáticas e incompreensíveis da pré-história brasileira. Nesta tradição é comum a representação de antropomorfos, zoomorfos e fitomorfos (seres humanos, animais e vegetais) de maneira estática, sem movimento, além dos grafismos puros, denominação da arqueóloga Anne Marie-Pessis do Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, que consiste na reprodução de espirais, grades, bastões, nuvens de pontos, tridáctilos, linhas paralelas e sinuosas, sobretudo, representações geométricas. Estes sem dúvidas são os grafismos mais difíceis de interpretação, jamais se pode afirmar com segurança o que aqueles povos pré-históricos queriam reproduzir com seus grafismos. Vale salientar que os grafismos puros são encontrados com freqüência em todo o Nordeste do Brasil e igualmente em alguns sítios do restante do nosso país e noutros países também.


Para os arqueólogos fica muito difícil até mesmo inferir e supor sobre a intencionalidade, funcionalidade e representatividade destes grafismos, sobretudo, porque não podemos associar as pinturas geométricas com os nossos conceitos contemporâneos. Ademais, os autores dos grafismos do sítio alcobaça viviam num tempo muito recuado do nosso e conferiam uma representatividade e interpretação de mundo muito distinta da nossa. Como diz a arqueóloga Niède Guidon, não temos o código lingüístico, tampouco simbólico daqueles povos pré-históricos, o que a arqueologia pode concluir, não passa de apenas algumas inferências.


Em toda a extensão do paredão decorado por pinturas rupestres são poucas as representações humanas e animais, mesmo assim existem alguns grafismos que lembram figuras de seres humanos, apesar de algumas com apenas três dedos. Os animais representados são sáurios (lagartos) e outros répteis que são abundantes no bioma da caatinga. Não há dúvidas de que os animais representados nos painéis pintados faziam parte da dieta daqueles povos pré-históricos, sobretudo, para grupos humanos caçadores-coletores. Estes povos consumiam mais alimentos vegetais que animais, isso ocorria pela dificuldade encontrada na caça com êxito de pequenos roedores, aves, répteis e insetos. Os vegetais mais consumidos eram coquinhos, raízes, tubérculos e frutos encontrados nas imediações.

O sítio, provavelmente, não servia de habitação visto que aqueles povos eram caçadores-coletores, agrupamentos humanos que exigiam uma grande mobilidade em busca de sua própria sobrevivência, quando os alimentos cessavam num determinado local estes povos buscavam outras fontes alimentares noutros lugares.

O sítio não foi ocupado apenas por um único agrupamento humano, mas por diversos e distintos povos pré-históricos. A arqueologia comprovou esta teoria a partir dos vários estilos pintados no sítio, variando os grafismos em cores, sobreposição, estilos e objetos representados. A cor predominante é a ocre (óxido de ferro) que é obtida a partir da hematita, mineral muito comum na região, o preparo dos pigmentos exigia muita habilidade. As técnicas de pinturas no sítio são várias, com os próprios dedos, com pincéis naturais (galhos) e bastões de ocre (lápis). Existem grafismos na cor amarela, branca e preta. Os amarelos são obtidos a partir da argila amarela e também por hematita, a cor branca é obtida pelo Kaolin (argila branca) e a cor preta por meio de carvões e ossos queimados.

Em escavações realizadas no local, foram descobertos sepultamentos humanos de alguns indivíduos, logo abaixo dos painéis pintados, onde estes estavam acompanhados por pigmentos vermelhos (ocre), coquinhos, utensílios cerâmicos, cestaria e revestidas por esteiras trançadas. Estes ritos fúnebres são comuns no Nordeste do Brasil.


No abrigo sob rocha vários blocos desprenderam-se da formação arenítica original caindo no solo, inclusive, alguns painéis de pinturas rupestres também sofreram descamação e caíram no terreno do abrigo. É muito difícil realizar datações radiocarbônicas das pinturas rupestres, contudo, as datações de muitos sítios arqueológicos com registros rupestres são obtidos a partir de blocos decorados deslocados (caídos) para o chão formando uma camada estratigráfica (sedimentos) que pode, eventualmente, ser datada a partir dos refugos de materiais orgânicos encontrados no mesmo nível que os blocos. O Alcobaça tem diversas datações radiocarbônicas 1.766 e 1.785 anos antes do presente. Mais outros indícios sugerem que o sítio foi ocupado inicialmente a 4 mil anos atrás.


No sítio também foram encontradas várias fogueiras espalhadas pelo abrigo o que indica uma ocupação intermitente daquele abrigo. As fogueiras serviam para aquecer os agrupamentos pré-históricos, assim também como proteção de animais selvagens e picadas de insetos.


O sítio alcobaça impressiona a todos que o visitam pela sua magnitude, pelo enorme conforto do abrigo que encobre os raios solares, pela sutileza e requinte dos registros rupestres da tradição agreste, somado a tudo isso, destaca-se pela sua preservação, sobretudo, pelos cuidados da guia Cida, que não permite a entrada no abrigo de mais de dez pessoas por vez e fica sempre atenta quando os turistas, estudantes e curiosos se aproximam demais para tocar nas pinturas rupestres. Sem dúvida é um local que merecer ser estudado e admirado por aqueles que se encantam com a pré-história e arte rupestre brasileira.


terça-feira, 4 de maio de 2010

Avatar e a realidade




O filme Avatar entrou para a história do cinema como o filme mais assistido do planeta. Para o cinema foi um sucesso de bilheterias em todo o mundo, contudo, o que há de extraordinário neste filme produzido e dirigido por James Cameron? O mesmo Diretor de Titanic se superou nesta superprodução, mais o que impressionou a todos os povos do planeta neste filme? Será que os multivariados efeitos especiais foram suficientes para captar a atenção dos cinéfilos de todos os países? Foi o elenco? Será que foi a história ou romance bem elaborada e documentada do filme o seu macro sucesso? 



Segundo o dicionário Aurélio, avatar significa, transformação, transfiguração, desse modo, entende-se que James Cameron utilizou-se de crenças indígenas, sobretudo, mitologias de alguns povos indígenas da Amazônia para compor o enredo de seu filme. O mundo mágico e simbólico de algumas etnias indígenas é permeado por ritos e cerimônias que envolvem a transfiguração ou encarnação de seres mortos e divindades no corpo dos xamãs. Isso acontece com a ingestão de algumas plantas alucinógenas, no Nordeste, por exemplo, alguns povos indígenas entram em transe após o consumo da jurema. No filme a transfiguração ocorria por meio da tecnologia de ponta.

Na verdade, não há nada de extraordinário, pujante, fabuloso naquele filme que merecesse uma audiência e atenção de milhões de pessoas em todo o globo. A humanidade se deixa impressionar por coisas que são sensacionalizadas pela mídia sem direito a defesa, no filme não foi diferente. Quem faz apologias a filmes de faroeste americano deve ter percebido a analogia dos filmes sobre o velho oeste americano e Avatar. Quem assistiu a filmes de faroeste, decerto sempre ficava de lado dos mocinhos (cowboys) que atiravam sem pensar naqueles autóctones selvagens e brutos. O cinema norte-americano tem esse poder manipulador de dominar a mente e ideologia das pessoas, no caso do faroeste, os índios estavam apenas se defendendo e realizando uma contenda em proteção de suas terras. No caso de Avatar foi um pouco parecido, só que numa época bem tardia e noutro planeta. O cenário do filme reproduz diversas práticas sociais bem comuns na contemporaneidade: capitalismo, imperialismo, colonialismo, globalização, etnocentrismo, além da soberba supremacia política, econômica, militar e tecnológica norte-americana. O filme retrata a colonização de um novo planeta, chamado no filme de Pandora, a mesma prática que os Estados Unidos fizeram com os Mexicanos ao imporem uma condição intransigente de anexação dos Estados do Novo México e Texas, ademais, porque existem tantas ONG’s americanas instaladas na Floresta Amazônica? Seria uma política preservacionista da maior floresta do mundo? Ledo engano quem pensa dessa maneira. Os EUA são os maiores poluidores do planeta, são os soberanos na emissão de gazes nocivos a camada de ozônio e aceleradores do efeito estufa. Dessa maneira, qual a finalidade da NASA? É apenas um laboratório de pesquisas científicas que pretendem ampliar os seus conhecimentos sobre o nosso sistema solar? Ou, quem sabe, seria a consolidação do filme Avatar, visto que o planeta Terra na atual condição está fadado à destruição pela própria espécie humana, sobretudo, pelo consumismo incontrolável produzido pelo capitalismo.

O filme de James mostra uma política capitalista e imperialista por parte do Governo americano, os interesses são monetários numa reserva de um mineral muito precioso e mais valorizado do que os diamantes terráqueos. Isso é capitalismo. As destruições aceleradas das reservas naturais para atendimento das enormes demandas das indústrias e dos grandes empresários geram este esgotamento dos recursos naturais (matérias-primas) cuja utilidade é fabricar mais bens de consumos para abastecer o grande mercado consumidor dos grandes centros urbanos. A extração dos recursos naturais, sobretudo, a coleta de minério é semelhante no continente africano, quem assistiu ao filme Diamante de sangue viu a realidade do filme Avatar aqui no planeta Terra. Vários países africanos estão em guerra civil atualmente devido à extração de diamantes naquele continente, gerando fome, mortalidade infantil, doenças contagiosas, como a AIDS, e a morte de milhares de pessoas em nome da extração de diamantes.


O capitalismo é destruidor, avassalador, antropofágico, não respeita a cultura de outros povos, pelo contrário, destrói gerações de povos em nome da lucratividade, como no caso do filme, no Brasil temos o nosso próprio Avatar made in situ, é o caso polêmico de Belo Monte, no Pará. O que muitos capitalistas não se preocupam é que os povos de organizações sociais mais simples, primárias, como os indígenas, por exemplo, não dependem necessariamente de uma moeda para sobrevivência, muito menos de bolsa de valores, pelo contrário, o que rege a vida dessas pessoas (lembrando que também são seres humanos) é a bolsa natural, a mãe natureza. Para muitos índios, principalmente aqueles que ainda não foram influenciados pelo poder tentador do capitalismo, dinheiro não tem valor, para eles, o que importa é preservar a natureza, é esse ecossistema que lhes provém de recursos para sua própria sustentabilidade, carros, TV’s, motocicletas, jóias, isso não significa nada, o que vale realmente nesse sistema social é você respeitar a comunidade, se preocupar com o bem-estar do próximo, com a segurança de todos, não na individualidade como ocorre no filme e na vida real da maioria de todos os seres humanos que foram influenciados pelo sistema capitalista. Os índios não possuem espelhos, eles não precisam, do que vale os espelhos? Servem para embelezamento, vaidade, para os povos indígenas não servem para nada, quem se olha no espelho procura um embelezamento padrão e aceitável em toda a sociedade, mais uma prática capitalista, diga-se, para os índios sua identidade é construída pela coletividade. A identidade indígena é com a Terra e não com bens materiais. A concupiscência para os índios não serve para nada, nosso exemplo brasileiro reproduz essa prática, Belo Monte, é uma Terra que tem significado para aqueles povos indígenas, por isso que é difícil o entendimento pelos grandes empresários e multinacionais, para um adepto do capitalismo, qualquer lugar, recanto que lhe ofereça conforto e prazer é aprazível, para os índios sua identidade foi construída ao longo de gerações e suas características são fixadas a Terra, não ao dinheiro. Muitos povos indígenas são mais felizes do que moradores de Nova York, Tóquio ou São Paulo, eles não foram vítimas da falsa ilusão que é vendida pelo capitalismo. Possuir bens móveis e imóveis não é sinônimo de felicidade e sucesso profissional, pelo contrário, causa dependência, que mais tarde, segundo Frei Betto vai gerar depressão e frustração. E aqueles que não conseguem romper esta virtualidade promovida pelo capitalismo, decerto, vão procurar um analista.

No filme Avatar, pelo menos isso foi mostrado de maneira realista, o modo de vida de povos indígenas que quando ameaçados por seres extraterrestres, unem-se e juntam suas forças com várias etnias para se defender do invasor de suas terras. A grande recorrência é que o inimigo é o mesmo dos filmes de faroeste, o temível e destruidor povo norte-americano.