Desconhecido dos turistas, Parque Nacional da Serra da Capivara guarda mais de 600 sítios arqueológicos, com pinturas rupestres de até 12 mil anos
A 530 km de Teresina, no interior do estado do Piauí, existe um tesouro pouco conhecido. Espalhado por quatro municípios, o Parque Nacional da Serra da Capivara abriga uma das maiores coleções de arte rupestre do mundo.
Parque Nacional guarda a maior coleção de pinturas rupestres do mundo.
Dos mais de 600 sítios arqueológicos que existem dentro do Parque Nacional, 170 estão abertos para a visitação. São registros de ocupação humana que, segundo estudos de arqueólogos e antropólogos, pode chegar até a 100 mil anos de antiguidade. Por sua importância, foi incluído na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
A aventura já começa na estrada. O jeito mais fácil de chegar à cidade de São Raimundo Nonato, que é a base para esta verdadeira viagem no tempo, é via Petrolina no estado de Pernambuco.
Pouco mais de 300 km de estrada separam as duas cidades, mas devido ao estado das rodovias, a viagem pode levar mais de cinco horas. Bois, bezerros, bodes e cabritos surgem na pista a todo momento, portanto é necessária uma boa dose de prudência no volante.
Trilhas bem sinalizadas levam até paredões de pedra com pinturas rupestres.
Uma vez no parque, é indispensável a contratação de um guia. Não é permitida a presença de visitantes sem o acompanhamento de um desses profissionais, que além de saberem os melhores caminhos para os principais pontos de interesse, ainda dão verdadeiras aulas sobre a fauna, flora e história do local. Além disso, devido às dimensões do Parque, é necessário o uso de um automóvel para explorá-lo.
As duas pinturas mais famosas da Serra da Capivara: "Beijo" e as duas capivaras.
Aí sim, é hora de embrenhar-se pelas trilhas, muito bem sinalizadas, até encontrar paredões de pedras com desenhos que ora retratam animais, ora cenas da vida pré-histórica, como danças, lutas, caça, sexo e parto.
É fascinante imaginar há quantos milhares de anos essas pinturas foram feitas e o quanto foram bem conservadas pela natureza. Trata-se de um verdadeiro museu a céu aberto, com pedra no lugar da tela e carvão e minerais como a hematita e o óxido de manganês no lugar da tinta.
Um dos grandes destaques do Parque é o Boqueirão da Pedra Furada. Vale a pena reservar um fim de tarde para visitar este que é o sítio-modelo de escavação arqueológica da região. Nesta parede de pedra estão duas das mais famosas pinturas da Serra da Capivara: os dois animais símbolo do parque e o singelo “Beijo”. Se reservado com antecedência, o visitante pode ver o paredão em uma visita noturna, com uma iluminação excelente para fotos.
Boqueirão da Pedra Furada ganha uma iluminação especial à noite.
Próximo ao Boqueirão da Pedra Furada há um bem equipado centro de visitantes. Além de lanchonete e loja de lembrancinhas conta com uma pequena exposição de fósseis de animais pré-históricos que foram encontrados no local. Pode-se ver a mão da preguiça gigante catonyx, os caninos de um tigre dente de sabre e pedaços da carapaça de um panochtus, espécie de tatu que chegava a ter o tamanho de um carro Fusca.
Museu do Homem Americano
Para entender melhor a importância do Parque Nacional da Serra da Capivara, é essencial uma visita ao Museu do Homem Americano. Uma exposição permanente conta a história da presença do homem nas Américas, baseado nas descobertas feitas na região do parque.
Crânios, ossadas e pedras lascadas são exibidos no Museu do Homem Americano.
Crânios, ossadas, pedras lascadas e objetos como machadinhas e urnas funerárias podem ser vistos de perto. Os vestígios mais antigos têm até 100 mil anos de idade, e os mais recentes são pós-colonização. Uma sofisticada sala multimídia oferece aos visitantes filmes sobre as pinturas rupestres.
Fonte: IG
http://turismo.ig.com.br/destinos_nacionais/2011/05/02/serra+da+capivara+uma+viagem+no+tempo+pelo+sertao+do+piaui+10412179.html
Crânios, ossadas e pedras lascadas são exibidos no Museu do Homem Americano.
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