segunda-feira, 9 de maio de 2011

Serra da Capivara: uma viagem no tempo pelo sertão do Piauí

Desconhecido dos turistas, Parque Nacional da Serra da Capivara guarda mais de 600 sítios arqueológicos, com pinturas rupestres de até 12 mil anos
A 530 km de Teresina, no interior do estado do Piauí, existe um tesouro pouco conhecido. Espalhado por quatro municípios, o Parque Nacional da Serra da Capivara abriga uma das maiores coleções de arte rupestre do mundo.

Parque Nacional guarda a maior coleção de pinturas rupestres do mundo.
Dos mais de 600 sítios arqueológicos que existem dentro do Parque Nacional, 170 estão abertos para a visitação. São registros de ocupação humana que, segundo estudos de arqueólogos e antropólogos, pode chegar até a 100 mil anos de antiguidade. Por sua importância, foi incluído na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
A aventura já começa na estrada. O jeito mais fácil de chegar à cidade de São Raimundo Nonato, que é a base para esta verdadeira viagem no tempo, é via Petrolina no estado de Pernambuco. 
Pouco mais de 300 km de estrada separam as duas cidades, mas devido ao estado das rodovias, a viagem pode levar mais de cinco horas. Bois, bezerros, bodes e cabritos surgem na pista a todo momento, portanto é necessária uma boa dose de prudência no volante.
Trilhas bem sinalizadas levam até paredões de pedra com pinturas rupestres.
Uma vez no parque, é indispensável a contratação de um guia. Não é permitida a presença de visitantes sem o acompanhamento de um desses profissionais, que além de saberem os melhores caminhos para os principais pontos de interesse, ainda dão verdadeiras aulas sobre a fauna, flora e história do local. Além disso, devido às dimensões do Parque, é necessário o uso de um automóvel para explorá-lo.

As duas pinturas mais famosas da Serra da Capivara: "Beijo" e as duas capivaras.
Aí sim, é hora de embrenhar-se pelas trilhas, muito bem sinalizadas, até encontrar paredões de pedras com desenhos que ora retratam animais, ora cenas da vida pré-histórica, como danças, lutas, caça, sexo e parto.

É fascinante imaginar há quantos milhares de anos essas pinturas foram feitas e o quanto foram bem conservadas pela natureza. Trata-se de um verdadeiro museu a céu aberto, com pedra no lugar da tela e carvão e minerais como a hematita e o óxido de manganês no lugar da tinta. 


Um dos grandes destaques do Parque é o Boqueirão da Pedra Furada. Vale a pena reservar um fim de tarde para visitar este que é o sítio-modelo de escavação arqueológica da região. Nesta parede de pedra estão duas das mais famosas pinturas da Serra da Capivara: os dois animais símbolo do parque e o singelo “Beijo”. Se reservado com antecedência, o visitante pode ver o paredão em uma visita noturna, com uma iluminação excelente para fotos. 


Boqueirão da Pedra Furada ganha uma iluminação especial à noite. 
Próximo ao Boqueirão da Pedra Furada há um bem equipado centro de visitantes. Além de lanchonete e loja de lembrancinhas conta  com uma pequena exposição de fósseis de animais pré-históricos que foram encontrados no local. Pode-se ver a mão da preguiça gigante catonyx, os caninos de um tigre dente de sabre e pedaços da carapaça de um panochtus, espécie de tatu que chegava a ter o tamanho de um carro Fusca.

Museu do Homem Americano
Para entender melhor a importância do Parque Nacional da Serra da Capivara, é essencial uma visita ao Museu do Homem Americano. Uma exposição permanente conta a história da presença do homem nas Américas, baseado nas descobertas feitas na região do parque.

Crânios, ossadas e pedras lascadas são exibidos no Museu do Homem Americano.

Crânios, ossadas, pedras lascadas e objetos como machadinhas e urnas funerárias podem ser vistos de perto. Os vestígios mais antigos têm até 100 mil anos de idade, e os mais recentes são pós-colonização. Uma sofisticada sala multimídia oferece aos visitantes filmes sobre as pinturas rupestres.   

Fonte: IG 
http://turismo.ig.com.br/destinos_nacionais/2011/05/02/serra+da+capivara+uma+viagem+no+tempo+pelo+sertao+do+piaui+10412179.html


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