quarta-feira, 9 de março de 2011

O que é ateísmo?


O que é ser ateu? O que faz uma pessoa ser incrédula à existência de um Deus ou de deuses? É possível viver sem Deus? 

Todos esses questionamentos são muito frequentes no mundo atual e, em geral, levam alguns religiosos a atos extremos de preconceito, fanatismo, discriminação e até mesmo violência. Quem segue uma determinada religião não consegue imaginar a existência de pessoas vivendo neste mesmo mundo sem acreditar na sua religião. Geralmente, quem é contrário a alguma religião monoteísta ou politeísta, os religiosos denominam de ateus. Ateu deriva do grego e significa quem nega a Deus ou a existência de uma ou várias divindades ordenadoras do mundo. Os religiosos, com frequência enxergam os ateus como pessoas adeptas ou prosélitas de divindades maléficas, em geral, adoradores do demônio. Isso é um grave equívoco cometido por religiosos.
Creio que os religiosos, com frequência, só veem o mundo de uma forma maniqueísta: bem e mal; claro e escuro; feio e belo; Deus e Diabo. Essas visões de mundo ou cosmovisões são grosseiras e repletas de atos preconceituosos e levianos. Neste caso, para um religioso, quem não é Cristão, por exemplo, só pode ser ateu ou herege, e nesse sentido, quem é ateu é tomado por crença no mal, no sobrenatural, no demônio. É por isso que, comumente, quem é ateu sente-se o medo de assumir-se publicamente, isso mesmo, quem não acredita na existência de uma divindade onipotente, onipresente e onisciente tem muito medo de dizer que é ateu, não por suas crenças, mas pelo desprezo e reprovação social da maioria dos religiosos que são maioria.

Outro dia José Luiz Datena fez uma enquete no seu programa diário Brasil Urgente perguntando aos telespectadores para responderem por telefone quem era ateu. Após a o resultado da enquete Datena fez comentários irrefletidos e levianos sobre as crenças dos ateus, questionando os posicionamentos daqueles que não acreditam na existência de Deus. Datena corroborou o que mencionei no parágrafo anterior, a maioria dos religiosos não enxergam a possibilidade de se viver neste mundo sem acreditar na existência divina, isso soa como se o mundo fosse somente norteado pelas religiões e nada mais. Quem é contrário a qualquer religião sofre preconceitos e discriminações de todas as formas. O que há de comum na atitude de Datena e de muitos religiosos é que lhes faltam algumas posturas fundamentais aos seres humanos: reflexão, alteridade, empatia e conhecimentos de Ciência, história e filosofia.

A ausência de prudência entre alguns religiosos pode ser explicada pela visão unilateral de seu mundo. A sua religião específica é a única aceitável e verdadeira, não permitindo o diálogo, debate e discussão com a ciência, história, filosofia e outras formas de conhecimento. Esse é o maior pecado da religião. Os religiosos têm uma enorme dificuldade em ver o mundo dos outros, só percebem os seus próprios pontos de vistas, de opiniões e não se permitem o questionamento de suas nobres crenças. 

Quem é ateu, penso, consiste num ser que valoriza essencialmente o pensamento racional em detrimento do senso comum e da especulação religiosa. As pessoas que negam a existência divina se baseiam em crenças fundamentadas na ciência ou na filosofia, que são, a meu ver, formas de conhecimentos mais satisfatórias para nossas maiores dúvidas. O ateu possui uma fidelidade à razão e não à obscuridade, prefere uma explicação dos fatos e acontecimentos mais lógica do que explicações infundadas, como as mitológicas e religiosas. O ateu permite-se e é aberto ao debate e ao diálogo sobre muitos questionamentos que dizem respeito à espécie humana, sobretudo, concernente a origem dos seres humanos, coisa que não é permitida no mito e na religião. Para o ateu, a teoria do criacionismo é questionável, pois não foi tecida em dados indiscutíveis e inquestionáveis, mas repleta de contradições. Os ateus não seguem religião, pois sabem que as religiões são invenções humanas construídas ao longo da história da própria humanidade. Nenhuma religião atual é autêntica, pura, imaculada, todas elas sofreram e sofrem influências de variadas culturas atuais e pretéritas. Talvez a postura do ateu consista na sua sagacidade por respostas as muitas perguntas ainda não respondidas sobre os seres humanos, a explicação religiosa fica mais próxima das fantasias, mitos e lendas. Ser ateu não é cultuar ou acreditar na existência de seres maléficos, monstruosos, hediondos, cruéis ou qualquer personificação do mal. O ateu, por exemplo, sabe que o próprio diabo é uma invenção do período medieval (Idade Média), principalmente da Igreja.  A história enquanto ciência tem mostrado e demonstrado que as maiores religiões monoteístas tiveram origem no Oriente, além disso, possui uma provável data do seu advento, o que permite muitas indagações: se a religião tem início, presumivelmente o conceito de Deus também. Todas essas inferências foram demonstradas pela arqueologia e pela história, ciências que se fundamentam nos rigores dos métodos científicos, que são a meu ver, mais plausíveis e admissíveis.

Algumas pessoas acreditam na impossibilidade de se viver sem Deus, sem acreditar na existência de uma força divina que ordena o mundo e todos os seres vivos que nele habitam. Muitos povos que viveram no período tradicionalmente denominado pré-história viviam de acordo com imperativos da própria natureza e não segundo a moral religiosa. Alguém pode refutar tal premissa partindo do pressuposto de que na pré-história não havia religião, neste caso, confirma-se a teoria de que a religião é uma invenção dos humanos para explicar a sua realidade conforme sua época. O Budismo, por exemplo, que é uma religião oriental, não há um Deus ordenador, tampouco criador do mundo e os budistas são mais pacíficos do que a maioria dos judeus, muçulmanos e cristãos que vivem um mundo guiado por Deus. O budismo serve de exemplo que é possível viver sem acreditar na existência de seres superiores, os gregos já demonstraram isso há 2.400 anos, principalmente, através de Sócrates que questionava a crença religiosa dos demais gregos. Foi assim que surgiu a filosofia, um modo de explicar a realidade mais inerente à realidade do que na fantasia, do que no mito e na religião. Os Gregos questionavam as divindades teoricamente existentes através da formulação de perguntas que não eram respondidas pelos crentes, como por exemplo, se existe uma infinidade de deuses (como se suponha naquela época na Grécia antiga) onde eles estão? Se os deuses são onipotentes, oniscientes e onipresentes porque não estão entre nós (entre os gregos)? Essas indagações jamais foram respondidas de modo convincente pelos religiosos.

Para o ateu, segundo creio, a ciência tem uma maneira de descrever e explicar a realidade de um modo mais convincente que a religião. A ciência tem demonstrado isso por vários séculos e a cada dia surpreende ainda mais a todos os humanos, contudo, a ciência não explica o todo, assim como o todo não pode ser explicado pela ciência. A ciência é parcial, o que não quer dizer imprecisa nem tampouco contraditória. Religião e ciência não fazem as pazes mais por resistência da religião que é dogmática e não aceita o diálogo, discussão e debate sobre suas crenças, rejeita qualquer dúvida sobre a santidade de seus mártires e líderes espirituais. E, ultimamente, temos visto inúmeros atos de fanatismo cometidos por religiosos em todo o planeta. Judeus versus muçulmanos, católicos versus evangélicos, xiitas versus sunitas, os conflitos e muito pior: as mortes em nome de Deus estão se expandindo cada vez mais. Só como exemplo recente, 11 de setembro. O que os ateus não conseguem entender, em muitos casos é porque os religiosos estão matando a si próprios em nome de Deus? Se fizermos um levantamento historiográfico vamos constatar que as maiores atrocidades da humanidade foram em nome de Deus, a título de exemplo: o massacre de Massada, as Cruzadas, a Conquista da América, A Reforma e Contrarreforma, A Inquisição, a guerra árabe palestina, católicos e protestantes na Irlanda, diversos atentados terroristas, 11 de setembro e etc. É incomum ouvir-se nos noticiários que vários atentados terroristas foram gerados e idealizados pelos ateus.

Ser ateu num país demasiado religioso é sofrer os mesmos preconceitos vivenciados pelos homossexuais, negros, índios, pobres e etc., ainda mais se tratando de Brasil, um país que tem uma Constituição que coíbe o preconceito e repudia qualquer ato de discriminação religiosa, no entanto, não é isso que tenho observado nos últimos anos.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Stonehenge: uma nova teoria

Engenheiro britânico sugere que construtores do monumento neolítico usaram casulos de vime para transportar as enormes rochas
Stonehenge: círculos de pedra enigmáticos da pré-história.

A construção do Stonehenge, famoso círculo de pedras do período Neolítico que está localizado no sul da Inglaterra, é um dos mais conhecidos e intrigantes enigmas da história. De tempos em tempos, novas teorias surgem para tentar explicar como uma sociedade primitiva, que nem mesmo a roda conhecia, conseguiu mover enormes rochas com cerca de quatro toneladas cada e empilhá-las a mais de 320 km de distância da jazida de onde foram retiradas.
Atualmente não há um consenso entre os cientistas sobre a funcionalidade e os possíveis construtores destes megálitos.
No mês passado, foi a vez de Garry Lavin, engenheiro e apresentador de programas da BBC, divulgar sua hipótese: para ele, os construtores do Stonehenge envolveram as torres de pedra em vime, formando uma espécie de “casulo” para a rochas, que puderam, então, ser roladas. Essa técnica também permitiria que os blocos flutuassem na água, o que explica a travessia de alguns rios e córregos entre a jazida das pedras e o local onde o círculo foi montado.
Cientistas demonstrando sua teoria através de experimentos.
Questionado pelo jornal britânico Daily Mail a respeito da origem dessas ideias, Lavin explicou que sempre achou improvável a hipótese de que os construtores do Stonehenge tivessem arrastado as enormes rochas, devido ao atrito com o chão. “O ponto chave é pensar na tecnologia que sempre esteve ao redor daqueles homens”, disse o engenheiro. Apesar de não explicar como as rochas teriam sido empilhadas, a teoria de Lavin tem sido bem aceita pelos estudiosos do monumento neolítico.
Rascunhos da técnica empregada, provavelmente, pelos construtores de stonehenge.
Qualquer que seja sua validade, essa nova teoria se junta a um enorme hall de hipóteses que há séculos tentam resolver o enigma de Stonehenge. Antes da publicação das ideias de Lavin, os últimos a propor uma tese nova foram pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Segundo eles, os construtores do monumento usaram várias bolas de madeira e pedra que, quando colocadas sob as enormes rochas, permitiam que elas rolassem. Hipóteses como essa dividem espaço com outras ideias bem mais absurdas, que atribuem a construção de Stonehenge ao lendário mago Merlin e até a extraterrestres.
Jamais saberemos, de fato, como Stonehenge foi construído, pois seus idealizadores não estão mais entre nós!
Fonte: Revista História Viva
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/stonehenge_uma_nova_teoria.html

http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1334166/Stonehenge-built-rolling-stones-using-giant-wicker-baskets.html?ito=feeds-newsxml

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Esfinges milenares descobertas no Egito

Escavações em uma antiga estrada do império dos faraós revelam 12 monumentos que datam do século IV a.C.
Esfinge do complexo de sítios arqueológicos em Gizé.
Prospecções realizadas em uma antiga avenida de 2,7 km de comprimento e 76 metros de largura, que ligava os templos faraônicos de Luxor e Karnak, no Egito, revelaram a existência de 12 esfinges datadas da época do rei Nectanebo I (380-362 a.C.), anunciou o Conselho Supremo de Antiguidades do país.

De acordo com os arqueólogos, o caminho foi construído pelo faraó Amenhotep III (1410-1372 a.C.) e restaurado, quase mil anos depois, por Nectanebo I. O local é considerado um dos sítios arqueológicos mais importantes de Luxor.

Junto à avenida das esfinges, foi descoberta também uma passagem que partia do local em direção ao rio Nilo. A estrada, mencionada em diversos textos antigos, tem cerca de 600 metros e foi usado por Amon, o rei dos deuses, na visita anual à sua esposa Mut, no templo de Luxor, e também durante procissões.

No local foram encontradas ainda pedras originárias da região de Assuã, o que demonstra a importância da estrada no tempo em que era usada. As escavações continuam em andamento.
Fonte: Revista História Viva.
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/esfinges_milenares_reveladas_no_egito.html

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

FHC humilhado publicamente por Bill Clinton

Recebi este vídeo, dias atrás, por e-mail enviado de um amigo também Professor. Não podia deixar de compartilhar com  meus leitores assíduos, pois o vídeo serve para se  romper estereótipos diversos, sobretudo, aquele no qual  sábio é aquele (a) que estuda!

FHC em Fórum Internacional tenta justificar a inoperância e fracasso de seu governo atribuindo como responsáveis várias crises econômicas oriundas noutras nações, fato que foi refutado com bastante precisão por Bill Clinton - então Presidente Americano - através de dados estatísticos, cujo conteúdo demonstrou que o erro era o Governo FHC e não  as supostas crises econômicas internacionais.

Assistam ao vídeo e reflitam:

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Humanos deixaram a África mais cedo do que se pensava

Cientistas que descobriram ferramentas pré-históricas em um deserto arqueológico nos Emirados Árabes Unidos defendem a ideia de que os humanos saíram da África 20 mil anos antes do imaginado, num período de aquecimento durante a Era do Gelo.

Os estudos mostram que um período de mudanças climáticas, há 130 mil anos, teria diminuindo os níveis do mar e criando rios e lagos navegáveis na Península Arábica. Os humanos modernos - que surgiram na África há 200 mil anos - tiveram então uma nova rota através dos desertos do norte da África direto para onde hoje fica o Oriente Médio.

As várias ferramentas encontradas tem a concepção característica dos africanos pré-históricos, o que, segundo os pesquisadores, garante que eles migraram para a Arábia. Acreditava-se que os humanos haviam deixado a África pelo vale do Nilo ou pelo Extremo Oriente.

O coautor das pesquisas e arqueólogo aposentado da Universidade de Tübingen, na Alemanha, Hans-Peter Uerpmann, disse em uma coletiva de imprensa que até hoje se pensava que o desenvolvimento cultural havia sido fundamental para a saída dos humanos da África, mas as novas descobertas mostram que foi o meio ambiente a chave para isso.

Fonte: Revista National Geografic
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/noticias/280718_noticias.shtml?AR

Igreja de 1.500 anos é encontrada em Israel

Arqueólogos israelenses da Israel Antiquities Authority (Autoridades de Antiguidades de Israel) apresentaram na última quarta-feira (2) uma igreja de 1.500 anos de idade encontrada nas Montanhas da Judeia, em Israel. A decoração da igreja bizantina é datada entre os séculos 5 e 7 d. C. e.

O piso do local está bem preservado, com um mosaico de imagens de leões, raposas, peixes e pavões. Para o líder das escavações, Amir Ganor, trata-se de "um dos mais belos mosaicos encontrados em Israel nos últimos anos". 

No início das escavações, em dezembro, os pesquisadores acreditaram que havia uma sinagoga no local, mas pedras com cruzes cravadas comprovaram que era uma igreja. Localizada a sudoeste da capital Jerusalém, a pequena basílica será recoberta para sua preservação após o fim desta semana.

Fonte: Revista National Geografic
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/noticias/281254_noticias.shtml?AR

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Como surgiram os nomes dos meses do ano?

Nosso calendário é regido por deuses, imperadores e números romanos


Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco (45-125), no princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.

Os romanos não davam nome apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava "dia de pagar as contas" - daí a origem da palavra calendário, "livro de contas". Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia antes de Idus. E essa era apenas uma das diversas confusões da folhinha romana.

Até Júlio César (100 a.C.-46 a.C.) reformar o calendário local, os meses eram lunares (sincronizados com o movimento da lua, como hoje acontece em países muçulmanos), mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações. O descompasso, de dez dias por ano, fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado.

Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem ao meses de julho e agosto. Quando e como isso aconteceu, você descobre lendo o quadro abaixo.

Folhinha milenar
Divisão do ano é basicamente a mesma há 20 séculos

Janeiro


Januarius era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar o inverno e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que comanda as portas dos ciclos de tempo.

Fevereiro

O nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chamava februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimônia. Nesse período, os romanos faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a primavera vindoura trouxesse bonança.

Por que 28 dias?

Até 27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando o Senado criou o mês de agosto para homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31 dias, e o do imperador, só 30. Então o Senado tirou mais um dia de fevereiro.

Março

Dedicado a Marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida, Martius era o mês da semeadura nos campos.

Abril

Pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. Na primeiro dia do mês, as mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que Aprilis tenha se originado de aperio, "abrir" em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.

Maio

Homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo, segundo escreveu Ovídio na obra Fastos, Maius era chamado de "o mês do conhecimento".

Junho

Faz alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.

Julho

Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a Júlio César.

Agosto

Antes era Sextilis, "o sexto mês". De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augustus foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto (63 a.C.-14 d.C.).

Setembro a dezembro

Para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa "sete". Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de October (oitavo mês, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data do Ludi Plebeii, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December (décimo mês, de decem).

E o ano bissexto?
Dia extra a cada quatro anos corrige distorção

Ao adotar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o
ano de 365 dias e um quarto. Por causa dessa diferença, a cada quatro anos era necessário atualizar as horas acumuladas com um dia extra. O problema do calendário juliano é que, na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos a menos do que se estimava. Por isso, em 1582, o papa Gregório XIII (1502-1585) anulou dez dias do calendário e determinou que, dos anos terminados em 00, só seriam bissextos os divisíveis por 400. E o nome "bissexto" tem uma explicação curiosa: em Roma, celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes.

Fonte: Revista Aventuras na História
http://historia.abril.com.br/cotidiano/como-surgiram-nomes-meses-ano-493925.shtml

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Artefato mais antigo do mundo é exposto

Estatueta de mamute de 35 mil anos produzida por Neandertais está ao alcance do público em museu na Alemanha.
Artefato de mamute supostamente confeccionado pelos neandertais.

Mettman, uma pacata cidade de menos de 40 mil habitantes, na região da Renânia do Norte, na Alemanha, ganhou fama mundial quando ali foram encontrados os vestígios do homem de Neandertal – nome, aliás, da formação rochosa do local. Agora, o Museu Neandertal da pequena Mettman traz outra relíquia do mundo pré-histórico: uma escultura de um mamute 35 mil anos de idade. Acredita-se ser a mais antiga obra de arte do mundo.

O pequeno artefato, feito de marfim, foi descoberto na caverna de Vogelherdhöhle, na região de Baden-Württemberg. A peça está atualmente em exibição no museu como parte de uma exposição sobre mamutes, em cartaz até maio. A mostra, dedicada aos animais da Era do Gelo, reúne dois bebês mamutes que foram mumificados em geleiras eternas, assim como dois esqueletos completos e uma família dos animais, reconstituída em tamanho natural.

Fonte: Site da Revista História Viva
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/artefato_mais_antigo_do_mundo_em_exposicao.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Consumir para existir


Final de ano as coisas sempre se repetem. As tradições permanecem inalteradas. As famílias brasileiras, por exemplo, buscam prazeres supérfluos mediante a compra de inúmeros presentes que teoricamente oferecerão felicidade aos seus entes queridos. O período natalino juntamente com o réveillon são as datas mais esperadas e comemoradas pela maioria dos habitantes do nosso planeta e também pelo comércio e indústria, todavia, muitas pessoas não percebem os interesses obscuros, latentes e gananciosos de várias empresas capitalistas que estendem seu poderio manipulador de mentes e costumes através dos meios de comunicação. Nestas datas o comércio fica em júbilo mediante o apetite de milhares de consumidores eufóricos de todas as idades, em busca de comprar e gastar bastante dinheiro, cujo objetivo é auferir uma maior autoestima pessoal, familiar e profissional. Trabalhadores assalariados, funcionários públicos, bancários, todas as classes sociais buscam saciar sua sede sagaz por presentes nestas datas efêmeras. Tais pessoas acreditam que o simples fato de presentear os amigos, familiares e cônjuges irá satisfazer e valorizar ainda mais as relações pessoais e profissionais. Isso é um equívoco induzido pelo sistema capitalista. 

O capitalismo alimenta o espírito das pessoas através de ilusões e falsas sensações de prazer e felicidade que supostamente podem ser obtidas por meio da aquisição de inúmeros bens materiais. As coisas, objetos, presentes (bens de consumo) tornam-se instrumentos indispensáveis para a consolidação da felicidade dos seres humanos. Pode-se inferir que o paradigma de felicidade só pode ser obtido mediante a compra de vários bens materiais, essa é a ideologia defendida pelos capitalistas. Essa falsa sensação de bem-estar disseminada pelo capitalismo esconde interesses pecuniários de seus idealizadores. Como o sistema capitalista consegue tal proeza de induzir os seres humanos a consumir bens de consumo sem uma reflexão?  Através de sua maior força, a mídia. Os meios de comunicação conseguem transmitir os valores capitalistas sob a forma de milhares de propagandas diárias e repetitivas que invadem as mentes humanas tornando os seres humanos em meros reprodutores e consumidores de produtos e bens de consumo. O modelo de felicidade impelido pelo capitalismo consiste na ideia de quantos mais bens materiais você puder dispor mais feliz será, noutras palavras, se no seu natal não houver Peru Sadia... 

Frei Betto escreveu algo parecido:

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é  o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é  que, em geral, não se chega!

                No mês de dezembro o 13º salário praticamente não é destinado a causas mais salutares ao assalariado, em geral, o bônus salarial fica disperso pelo comércio mais próximo a sua residência. Quem possui sapatos tem a necessidade de comprar mais modelos, pois a tendência – moda – determina e impõe que você deve trocar os calçados, sua geladeira não lhe serve mais, pois, o ideal são aquelas nas quais tira-se água diretamente da porta, o fogão de quatro bocas deve ser substituído por um de seis, caso já exista o de seis, deve-se trocar por um de inox, seu celular que antes era de um chip está ultrapassado, a tecnologia proporcionou o de dois chips e, agora não serve mais, pois já existe o com três chips! Os computadores devem ser trocados com bastante frequência, visto que os ideais são os portadores do processador i3 da Intel. Seu automóvel ficou velho, vamos comprar um novo, pois o vizinho é mais feliz, tem em sua garagem um carro mais novo que o seu. Só neste ano, a título de exemplo, apesar das iniciativas e favorecimento do governo na redução do IPI, foram vendidos 3,5 milhões de automóveis, quase a metade da população do Uruguai. Natal e réveillon as pessoas devem passar de roupas novas, caso contrário, o ano vindouro pode-se tornar um péssimo agouro. Além de tudo isso, para se ter um excelente final de ano é preciso o consumo de muita bebida alcoólica, caso contrário, a festa não será animada e proveitosa.

                Em geral, o que há em comum a todos os comportamentos acima mencionados sobre diversas posturas dos seres humanos? O ato de não pensar no que fazem sem pensar! Karl Marx, em 1844 já alertava: “o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós”. Os bens materiais que hodiernamente são consumidos em todo o mundo ganharam status de seres vivos, pois o valor simbólico atribuído a diversos objetos como celulares, computadores, carros, casas, roupas, calçados e etc., possuem mais valores que os demais seres humanos. Façam um teste pessoal, na sensação de prazer e bem-estar quando se entra num supermercado, shopping Center ou qualquer loja física ou virtual para consumir ou até mesmo contemplar os nossos desejos e sonhos de consumo. É uma sensação de devaneio, idílica, nos sentimos, comumente, extasiados e felizes momentaneamente. Contudo, quando saímos de tais recintos, constatamos que a felicidade se esvaiu. É essa a ilusão que o capitalismo apetece nos seres humanos. Somos destinados a consumir para uma existência humana mais prazerosa e requintada. A maioria dos seres humanos são acarretados pelos sentimentos de frustração e impotência, quando não possuem a capacidade econômica e social de consumir os bens materiais tão desejados. As pessoas, atualmente, estão adoecendo com mais frequência, estresse, depressão e a síndrome do comprador compulsivo são as patologias psicológicas mais fomentados pelo capitalismo, cujo sistema propõe que sua felicidade está ao lado das coisas, dos bens materiais, caso contrário, é um impotente. Por isso, as pessoas entram na criminalidade, jamais houve na história da humanidade tantos índices de violência e furtos ocasionados de morte, o latrocínio. O que é mais importante é uma carteira repleta de dinheiro ou um celular do que a vida do portador! É mais interessante ser rico do que possuir inteligência. 
Hoje, não importa o seu nível de conhecimentos, de ler com frequência, de priorizar a busca pelo desconhecido, o que é mais importante é a quantidade de bens materiais que se dispõe. Para confirmar tais assertivas, vamos pensar no ocorre, em geral, com as pessoas: quando você sai para alguma festa ou evento, a primeira preocupação que se tem é como sair vestido, com quais roupas e sapatos, isso só ocorre pelo receio da reação das demais pessoas ao lhe verem vestido. O atendimento dispensado a uma pessoa que chega de automóvel a qualquer evento é diferente do que chega de ônibus ou após uma longa caminhada. Vejam as reações dos vendedores das lojas quando entramos para consumir, estampam sorrisos, caso não compremos nada, os vendedores mudam de humor instantaneamente. Tudo isso são a teias do capitalismo.
                Um fato é inegável, apesar dos diversos desejos de feliz ano novo que com frequência ouvimos, em geral, as pessoas entram no mês de janeiro sempre endividadas. As despesas realizadas no período natalino sempre chegam ao mês seguinte com a exigência de pagamento. Caso não sejam saldadas, vem os transtornos com os serviços de proteção ao crédito.
                O que desejo mostrar é o nível social e econômico criado a partir de interesses meramente pecuniários das grandes empresas multinacionais que tornam os valores éticos e morais extintos enquanto enaltecem que o modelo ideal de cidadão é aquele no qual podemos comprar, gastar e consumir com bastante ânsia, caso não estejamos nesse patamar, somos impelidos pelo mesmo sistema a habitar cada vez mais os espaços marginais da sociedade, a periferia econômica e social.
               

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jô Soares entrevista o Arqueólogo e Teólogo Rodrigo Pereira

No último dia 30 de novembro, Jô Soares entrevistou o Teólogo e Arqueólogo da USP, Rodrigo Pereira da Silva. Rodrigo no decorrer da entrevista revelou suas descobertas realizadas em sítios arqueológicos na região da Palestina encontrando diversos instrumentos, objetos e artefatos  da antiguidade oriental, inclusive alguns são supostamente relacionados ao período de Cristo. Além disso, Rodrigo mencionou como viviam os povos daquela região descrevendo parte de sua cultura e seus vários hábitos cotidianos.
Confiram a entrevísta na íntegra abaixo e tirem suas conclusões:


Parte um

  
Parte dois

 
Parte 03

domingo, 5 de dezembro de 2010

Valores éticos na Escola Pública


Próximo ao final do ano letivo, nós professores, comumente percebemos mudanças comportamentais e de condutas por parte de alguns estudantes. As salas de aulas voltam a ter um número admissível de alunos, a atenção e concentração retornam, os horários escolares voltam a serem cumpridos e tolerados, os docentes ficam mais belos e recebem considerações de estimas e apreço excessivas. O que promove na juventude essas mudanças vertiginosas de seus padrões de condutas? (Cf. texto Valores Sociais: Escola Pública e Igreja)
Imagens do filme: A Corrente do Bem.
                Para entendermos as alterações comportamentais de vários discentes é necessário fazermos uma revisão sobre conceitos cruciais e fundamentais para a vida em sociedade, sobretudo, por meio da ética. Desde o alvorecer da vida urbana na Mesopotâmia, os habitantes das primeiras cidades passaram a receber um conjunto de padrões de condutas a serem seguidos subjetivamente e coletivamente, consistiam nos valores morais. Para a consolidação desses valores morais era necessário que cada habitante compreendesse bem as regras sociais, caso contrário, seria julgado conforme as leis existentes da sua cidade. O julgamento consistia numa análise da falta, crime ou transgressão cometida pelo indivíduo, esse diagnóstico era executado por pessoas qualificadas ou algo parecido. Para o indivíduo não incorrer em pena, era necessário um comportamento enraizado na observação dos valores éticos e morais, essa capacidade sempre esteve acessível às pessoas, contudo, são poucas àquelas capazes de fazer julgamentos precisamente éticos. Muitas pessoas agem por impulsos ou a partir de imposições ideológicas de outras, não agindo de modo satisfatório, quando fazem evitam muitos infortúnios e problemas comuns na sociedade. Ser ético neste modelo de humanidade vigente está se tornando cada vez mais insólito. E falando de Escola Pública percebemos um problema ainda maior.
Os docentes, em alguns casos, deviam imaginar como seria suas próprias aulas!
                O ano letivo inicia-se, em geral, nas primícias de fevereiro e se estende até o final de dezembro. Os professores possuem uma carga horária concernente a sua formação acadêmica, por exemplo, um professor (a) de história leciona 80 aulas por ano em cada turma. Cada série tem em média dez disciplinas, algumas ultrapassam esse montante, sendo assim, é obrigatório que os discentes possuam pelo menos 75% de frequência e obtenham ao final do ano letivo 24 pontos para concluírem o ano letivo, caso contrário, serão reprovados, desde que em pelo menos três disciplinas, pois existe uma exceção. Por exemplo, se um discente for reprovado em apenas duas disciplinas é conferido ao aluno uma nova oportunidade de recuperação nestas disciplinas apenas no próximo ano letivo, isso se chama progressão parcial. Todas essas exigências e orientações escolares são os valores morais exigidos para que pelo menos se tenha uma educação frutífera, digna e de qualidade.
                Lamentavelmente existem outras legislações da própria Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco cujo teor permite a violação dos valores éticos e morais da Educação Pública de qualidade. Por exemplo, é permitida aos discentes a oportunidade de realizarem a recuperação final sem possuir média alguma! Digamos que um aluno não tenha efetuado as avaliações dos quatro bimestres, neste caso, possui média zero, mesmo assim lhe é conferida uma oportunidade de fazer a recuperação final e ser aprovado se obter uma nota igual ou superior a seis. Muitos discentes são aprovados por este método. Alguns dizem – inclusive – para que estudar se só é necessário passar na recuperação final! Como se isso não bastasse existe ainda uma condição especial: se algum estudante da oitava Série do Ensino Fundamental ou 3ª série do Ensino Médio for reprovado será concedida uma nova oportunidade em janeiro, a prova especial. Ademais, como havia falado antes, um estudante deve possuir um total de 24 pontos ao final do ano letivo, todavia, se atingir 22,5 pontos, a Secretaria de Educação exige a aprovação deste discente, isso decorre do arredondamento da média 5,6 para 6,0. Ser aluno da rede pública Estadual de Pernambuco é gozar de inúmeros privilégios. Na década de 1990 era exigida a soma de pelo menos 16 pontos ou mais para realizar a recuperação final, caso contrário, o estudante seria reprovado.
                Nos tempos atuais os valores éticos e morais no âmbito escolar estão temporariamente ausentes ou talvez abandonados. Um docente que seja sensivelmente profissional e dedicado nas suas atribuições e responsabilidades é frequentemente ofendido pessoalmente e em alguns casos publicamente como presenciei nesta semana. Será que é cruento ser dedicado e exigir uma produção científica de qualidade aos discentes? Que preço temos que pagar pelo ato de lecionar com hombridade e honestidade? A Escola Pública por ser uma instituição social popular não deve ter um ensino proficiente?
                Em geral, no final de ano os pais, responsáveis e tutores comparecem à Escola para ouvir dos docentes sobre o infrutífero ano letivo de seus filhos (as). Quando agem eticamente, procuram ouvir dos educadores os motivos da frustração escolar e cobram explicações aos filhos. Àqueles que dispensam o rigor da ética elucidam milhares de problemas pessoais e sociais e fazem um grande clamor para que os professores em hipótese alguma reprove seu filho (a). Por exemplo, esta semana ouvi uma história parecida de uma garota que nos últimos dias estava chorando bastante porque ficou em recuperação e que estava aflita e desesperada com receio da eminente reprovação. Contudo, esta garota, que conheço bem, passou o ano letivo desprezando as aulas e priorizando a desatenção e realização de coisas desnecessárias a vivência escolar. Apenas neste momento ela percebeu que estava errada, mas se tivesse agido antes – pelo menos – com prudência e ética teria evitado e compreendido que suas lágrimas foram geradas por atos próprios.
                Um Educador que é comprometido muitas vezes sofre retaliações e comentários pungentes de próprios colegas de trabalho, alguns proferem discursos enaltecendo que a falha ou insucesso escolar é culpa do atual Sistema Educacional. Já ouvi, a título de exemplo, docentes dizerem que aprovaram alunos para não vê-los importunando-os no próximo ano letivo. Que não desejam ser o único professor (a) no qual o referido discente foi reprovado. Que evitam ficar com muitos alunos em recuperação porque é mais trabalhoso no final de ano. Outros aprovam sabendo-se que os educandos não possuem os conhecimentos mínimos exigidos na sua disciplina. Além de outras bizarrices. Tudo isso ocorre com receio da reação dos discentes e seus pais ou por omissão ética? A ética parece-me que pediu Licença sem Vencimento. Vamos ser sinceros ou éticos: a maioria de filhos de professores não estuda em Escolas Públicas! Por quê? O que dizer então de colegas de trabalho que atribuem notas pelo caderno em dia ou atualizado. Que falar de avaliações em dupla e pesquisadas? Há casos de discentes que estão fazendo o Ensino Médio à distância! A Escola Pública também entrou na modalidade de Ensino à Distância. Ética, por onde você anda?
                Cada profissional possui seus métodos de trabalho e de avaliação pertinentes a sua situação didática e conforme também a prática pedagógica, porém, os vestibulares, concursos públicos e privados não são pesquisados nos dias de sua realização ou são? Necessita-se obviamente de um conhecimento pelo menos básico sobre tais disciplinas. Para isso basta um processo de ensino-aprendizagem minucioso e de qualidade.
Aparentemente a ética que existe na concepção de várias pessoas: estudantes e profissionais da educação é uma ética enterrada no eu primeiro, do benefício pessoal. Diversas pessoas imaginam que ética é algo que possa lhe beneficiar da algum modo, não é assim, o conceito ético vai muito além. Ser ético é agir de maneira prudente e ser norteado pelos valores morais impostos à sua função, sabendo distinguir o correto do equívoco. O estágio de comiseração que muitos docentes sentem por alguns alunos aprovando-os em seguida, mesmo que não saibam minimamente da sua disciplina, é o descumprimento dos valores éticos e morais inerentes à Escola. A vida extraescolar é bem diferente da pregada por algumas pessoas, o sentimento de pena é inexistente na atual sociedade, por exemplo, patrões não sentem pena de seus funcionários, pelo contrário, sentem desprezo. Ninguém se sensibiliza se algum candidato (a) chorar por não ser aprovado em algum concurso público ou vestibular é a vida real que está lá fora. A ética compreendida por alguns discentes é semelhante. Muitos alunos não se importam se forem aprovados sem conhecimento algum. O que lhes interessa é o certificado de conclusão de curso. A ética na qual essas pessoas se valem é aquela de favorecimento subjetivo. Para outros, Professor que ensina com rigor e é exigente não presta, começam a atribuir inúmeras alcunhas pejorativas. Professor bom é aquele que não faz nada! Já ouvi isso várias vezes.
Ao escrever este texto torno-me Advogado do Diabo como alguns podem definir – para aqueles que desconhecem a ética, é claro – ou quiçá, um mero ser que tenta enxergar o mundo com os óculos da realidade na qual faço parte e vivencio. Quando falei no início desse opúsculo sobre ser ético nesse modelo de sociedade é muito incomum me referi às pessoas que são ofendidas, contrariadas e repudiadas por suas ações guiadas pelos valores éticos e morais, quem age deste modo procura uma existência firmada nos valores da cidadania e de uma sociedade mais justa e humana. Quem é enquadrado como diferente, anormal e qualquer outro pseudônimo, talvez tenha recebido essas ofensas porque ainda acredita na possibilidade de existência de uma verdadeira civilização arraigada nos valores éticos e morais, aqueles mesmos criados pelos gregos.