terça-feira, 23 de março de 2010

Brasil, o país sem prioridades!


O Brasil esta semana parou. Que notícia está mais em evidência no início desta semana? O caso Isabela. O que chama a atenção é que o brasileiro continua atribuindo valor a coisas fúteis e desnecessárias a construção da cidadania brasileira. Tenho visto as pessoas bastante apreensivas com o andamento do julgamento do caso Isabela, os alunos, por exemplo, não falam noutra coisa. O que há de interessante neste caso que mobilizou a atenção do todos os brasileiros? Será que foi devido à gravidade do possível crime do pai e da madrasta de Isabela? Ou será um efeito causado pelo sensacionalismo da mídia brasileira. Volto a ressaltar, alguns estudiosos dizem que os meios de comunicação de massa (MCM) são o quarto poder. Na semana passada, uma passeata, mobilizou os cariocas contra o Projeto de Lei que defendia o repartimento igualitário das tarifas de extração do petróleo a todos os Estados da República Federativa do Brasil, os chamados royalties. O que chama ainda mais a atenção é que participaram desta mobilização pessoas denominadas celebridades, políticos do Rio de Janeiro e outros Estados e a população sofrida e carente do mesmo Estado. O que me leva a crer que como foi possível reunir pessoas de classes sociais tão distintas numa mobilização que defendia interesses dos políticos locais em ampliar ou mesmo manter a arrecadação e receita do Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo estável? Como isso foi possível? Será que a mídia tem alguma parcela de responsabilidade nisso? Não há dúvidas. Isso só reforça a teoria na qual o brasileiro é um ser que desvaloriza coisas mais relevantes para a sociedade. Por exemplo, porque as pessoas não fazem passeatas constantes em protestos à falta de segurança não só apenas do Rio de Janeiro, mas em todo o país? Porque os brasileiros não se mobilizam em reivindicar uma educação pública de maior qualidade? Porque os ditos cidadãos brasileiros não fazem protestos quanto à falta de médicos e postos de atendimento hospitalar? Porque os nossos irmãos não vão às ruas para cobrar punições igualitárias aos políticos corruptos que desviam verbas do erário público?

O que ocorre, infelizmente é o inverso. As coisas mais úteis e fundamentais a toda a sociedade brasileira fica ao relento, isso é culpa dos brasileiros ou será conseqüência de ações de outras pessoas que pretendem um abrandamento da índole e capacidade crítica da maioria dos brasileiros? Na semana passada, por exemplo, os alunos da Escola Estadual Corsina Braga estavam em disputa de pleito pela eleição da nova diretoria do Grêmio Estudantil, contudo, no momento da realização do debate entre as chapas concorrentes – que eram apenas duas – a maioria dos estudantes priorizaram a ida pra casa ante ver as propostas dos seus futuros representantes. Mais uma vez, a teoria de que o brasileiro é vítima de uma ideologia que pretende a letargia das pessoas pode ser confirmada.

As pessoas não conseguem perceber que estão sendo vítimas de enganação por propagandas falsas que são veiculadas diariamente. Voltando a passeata Pró royalties do Rio de Janeiro é interessante notar que os famosos foram às ruas, caminharam por quilômetros, levaram chuva, isso seria apenas uma manifestação da democracia brasileira? Ou aquelas pessoas foram contratadas por políticos que defendiam seus interesses? Basta lembrar que na época das eleições de governadores e Presidente da República, sempre pessoas famosas estão ao lado dos candidatos. Coincidência? Mero acaso? Puro exemplo de uma atitude democrática? Ou apenas exposição mediante um contrato firmado?

Não cabe a eu manifestar aqui a minha opinião sobre estes casos, o meu interesse é que as pessoas analisem estes fatos e acontecimentos rotineiros e saibam que a realidade é um pouco mais distante daquela veiculada pela mídia. Enquanto as pessoas assistem o caso Isabela, os professores do Estado de Pernambuco reivindicam um reajuste salarial que está sendo descompromissado pelo Governador Eduardo Campos. Contudo, esta notícia não é veiculada porque o Governo do Estado calou os três grandes jornais de circulação do Estado. Como isso foi possível? O Governo firmou um convênio com os jornais do Estado: Diário de Pernambuco, Jornal do Commércio e Folha concedendo assinaturas destes jornais aos 26 mil professores do Estado, porém, milhares de professores não recebem estes jornais. Esta notícia, por exemplo, não é veiculada. Ademais, qual destes jornais vai publicar denúncias contra o governador correndo o risco de perderem suas respectivas assinaturas e seus interesses pecuniários?

Cidadão é o indivíduo que goza de direitos e deveres assegurados pelo Estado, porém, como o brasileiro pode ser considerado um cidadão pleno se mal consegue priorizar ações benéficas e cruciais para toda a sociedade?

Reflita!

Um comentário:

  1. GOSTEI DA SUA OPINIÃO COM RELAÇÃO A MÍDIA E AO COMPORTAMENTO HUMANO.ESPERO LER MAIS COISAS BOAS VINDAS DA SUA PESSOA.PARABÊNS.

    ResponderExcluir